Sejam todos bem vindos!

Este espaço surgiu com a intenção de divulgar e trocar idéias a respeito da música e sua complexa rede de relações. Sua importância na formação integral do ser humano. Seus benefícios como ferramenta socializadora na formação do caráter e na prevenção dos riscos sociais.
Sua opinião é muito importante!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

SELEÇÃO DE VOZES PARA CORO INFANTIL/ JUVENIL

          Olá amigos! Andei meio afastado, mas estou de volta! hoje com um tema que me preocupa muito: A Seleção de vozes para um coro infantil e/ou juvenil.
          Primeiro veio a High School Musical, incentivando jovens a ingressar no mundo mágico da música. Agora o programa análogo é o GLEE onde a história passa em uma escola secundária onde um grupo de adolescentes fazem apresentações. Para isso estudam música valendo!
          É claro que o que vemos é uma realidade muito diferente da nossa. Ainda temos de "garimpar" crianças e jovens e motivá-los para que participem de um pequeno grupo de canto.
E pra complicar o nosso trabalho, muitos maestros recorrem a "seleção de vozes" que, particularmente, acho cruel. Nesta seleção, o "maestro" faz com crianças cantem, batam palmas no ritmo, imitem escalas e por aí a fora... Trabalho com música a quase quarenta anos, mas minha formação é em Pedagogia e agradeço muito essa formação. Foi através da pedagogia que descobri que cada criança tem seu tempo e, se ela não consegue cantar afinado hoje, com certeza cantará amanhã, ou depois...mas cantará!
          É preciso muito contato com música para que o cérebro crie um referência musical para que possamos definir o que é grave, o que é agudo, o que é forte ou fraco e assim, todos os nuances que a música nos possibilita. E só a vivência musical nos permite a construção desse conhecimento.
           Para um coro adulto profissional até pode ser feita essa seleção, pois a finalidade é o resultado e não o amadurecimento das pessoas dentro do processo. Mas com crianças e jovens, jamais se poderia fazer tal seleção. Seria um crime muito cruel e que pode vir a traumatizar esse público de forma que nunca mais venham a cantar!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

POR QUE MÚSICA?

Quer mais razões para levar música à escola? Péricles Cavalcanti, em uma de suas canções, diz:
"Eu faço música por amor e por esporte;
música por acaso e pela sorte;
eu faço música pelo som e por vaidade,
música pelas ruas da cidade.
Eu faço música porque não,
porque sim,
música, música, música".
O Poeta prossegue desfiando as inúmeras razões de fazer música: seduzir, comover, incomodar...
A música colabora com o controle emocional e auxilia a área da saúde, como recurso terapêutico. Tem forte papel social, ajudando a integrar os membros de um grupo.
Contribui para que crianças, jovens e adultos aprendam a atuar com o próprio corpo, a afinar-se em relação a si mesmos e ao outro. A música "talvez" não faça chover, mas ajuda a aprender a ser, a conviver, a fazer e a conhecer.

FONTE: CENPEC - Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária. São Paulo - SP

terça-feira, 13 de abril de 2010

A MÚSICA E A POESIA



A música está ligada a criação, a imaginação, ao amor, a tornar tudo mais belo e feliz. Assim retrata a música nos versos de Drummond:




"CANÇÃO AMIGA

Eu preparo uma canção
em que minha mãe se reconheça,
todas as mães se reconheçam,
e que fale como dois olhos.

Caminho por uma rua
que passa por muitos países.
Se não se vêem, eu vejo
e saúdo velhos amigos.

eu distribuo um segredo
como quem anda ou sorri.
No jeito mais natural
dois carinhos se procuram.

Minha vida, nossas vidas
formam um só diamante.
Aprendi novas palavras
e tornei outras mais belas.

Eu preparo uma canção
que faça acordar os homens
e adormecer as crianças.

Carlos Drummond de Andrade"

MÚSICA NAS ESCOLAS



A música está muito presente em nossa vida. É praticamente impossível passar um dia ser ter algum tipo de contato com ela: no carro, no supermercado, nos elevadores, em consultórios, em casa. Ouvimos música na igreja, em shows e apresentações realizadas em casas de espetáculo, teatros, dança, nas praças e parques da cidade e em muitos outros lugares. Uma exceção era a Escola (pasmem!). Na grande maioria das escolas, a música era simplesmente uma convidada que aparecia em momentos comemorativos. Pois esta realidade está a um passo de ser mudada graças a Lei já aprovada a dois anos e que obriga todas as escolas públicas a integrarem em seu currículo, a música. O prazo para esta adequação é 2011. Abaixo, coloco esta Lei na íntegra para sua apreciação e discussão:

"A Lei n.º 11.769, publicada no dia 18 de outubro de 2008 do Diário Oficial da União, inclui na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira a música como componente curricular.

De acordo com o texto, “os sistemas de ensino terão três anos letivos para se adaptar às exigências estabelecidas”.

Segue na íntegra a referida Lei

LEI Nº 11.769, DE 18 DE AGOSTO DE 2008
DOU 19.08.2008

Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino da música na educação básica.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º O art. 26 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescido do seguinte § 6º:
"Art. 26.........................................................
§ 6º A música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente curricular de que trata o § 2º deste artigo." (NR)


Art. 2º (VETADO)

Art. 3º Os sistemas de ensino terão 3 (três) anos letivos para se adaptarem às exigências estabelecidas nos arts. 1º e 2º desta Lei.

Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 18 de agosto de 2008; 187º da Independência e 120º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Fernando Haddad

MENSAGEM DE VETO Nº 622, DE 18 DE AGOSTO DE 2008.

Senhor Presidente do Senado Federal, Comunico a Vossa Excelência que, nos termos do § 1º do art. 66 da Constituição, decidi vetar parcialmente, por contrariedade ao interesse público, o Projeto de Lei nº 2.732, de 2008 (no 330/06 no Senado Federal), que "Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino da música na educação básica".
Ouvido, o Ministério da Educação manifestou-se pelo veto ao seguinte dispositivo:

Art. 2º

"Art. 2º O art. 62 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo único:

'Art. 62. ...............................................
Parágrafo único. O ensino da música será ministrado por professores com formação específica na área.' (NR)"

Razões do veto

"No tocante ao parágrafo único do art. 62, é necessário que se tenha muita clareza sobre o que significa 'formação específica na área'. Vale ressaltar que a música é uma prática social e que no Brasil existem diversos profissionais atuantes nessa área sem formação acadêmica ou oficial em música e que são reconhecidos nacionalmente. Esses profissionais estariam impossibilitados de ministrar tal conteúdo na maneira em que este dispositivo está proposto.
Adicionalmente, esta exigência vai além da definição de uma diretriz curricular e estabelece, sem precedentes, uma formação específica para a transferência de um conteúdo. Note-se que não há qualquer exigência de formação específica para Matemática, Física, Biologia etc. Nem mesmo quando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional define conteúdos mais específicos como os relacionados a diferentes culturas e etnias (art. 26, § 4º) e de língua estrangeira (art. 26, § 5º), ela estabelece qual seria a formação mínima daqueles que passariam a ministrar esses conteúdos."
Essas, Senhor Presidente, as razões que me levaram a vetar o dispositivo acima mencionado do projeto em causa, as quais ora submeto à elevada apreciação dos Senhores Membros do Congresso Nacional."

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Cantar e cantar e cantar...

"Motivo
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Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei.
Não sei se fico ou passo.
.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada. "
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Cecília Meireles
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O história do canto coral se confunde e mescla com a história da humanidade, desde os cantos primitivos comunitários que embasavam os rituais de todas as tribos, até os nossos dias com uma variedade imensa de estilos e formações. Hoje encontramos o canto coral em igrejas, escolas, empresas, asilos e muitos outros lugares. O importante, como disse Cecília Meireles em seu maravilhoso poema é cantar. Por isso, ouça, aprecie, cante!

FLAUTA DOCE



Um magnífico recurso para a oferecer o ingresso ao maravilhoso mundo da música, é a flauta doce. E se forem muitas, que tal uma orquestra? É possível e o resultado é quase que imediato, pois é um instrumento simples, barato e de fácil aprendizado. Hoje tenho três Orquestras de Flauta Doce ativas. Uma no Município de Nova Araçá, outra em Serafina Corrêa (Os Serafins) e outra em Nova Alvorada, ambas no Rio Grande do Sul. Esta prática, além de alfabetizar musicalmente os integrantes, possibilita o fortalecimento dos músculos das mãos, a motricidade, a atenção, o raciocínio lógico matemático além de aumentar a auto estima e com isso, melhorar a qualidade de vida destes.